ADOLESCENTES EM PERIGO!!

domingo, 1 de novembro de 2009

A GERAÇÃO DO @. COM

Hoje, podemos ver em nosso cotidiano, os reflexos desse avanço extraordinário que a tecnologia vem nos proporcionando ,como exemplo destacamos: a informação imediata de acontecimentos do outro lado do globo, entrar em contato,graças aos grandes meios de comunicação, com vários lugares do mundo. Telefones, televisões, aparelhos de fax, microcomputadores, websites , televisão a cabo e Internet , proliferam tão rapidamente o mundo moderno, e a cada dia que passa observa-se que aumentam, intensificam-se o entrelaçamento das redes de comunicações. Esta nova realidade que a tecnologia nos proporciona rompem com a idéia de próximo, tempo e espaço, ou seja suas fronteiras estão perdendo a sua relevância, isto significa que o mundo está em constante mutação graças ao advento da tecnologia. A Globalização se impõe, e uma das características fundamentais da mesma, é a rapidez com que ocorrem as trocas de informações entre os lugares. A expansão da Internet, vem provocando grandes transformações nas relações entre as pessoas.

Então , partindo desses pressupostos posso dizer que a geração de jovens que está hoje diante de nós é a geração”ciberespaço” – da televisão ,dos vídeos clipes,dos jogos de computador – uma geração com uma nova identidade, que baseia-se principalmente na fragmentação de informações, diante desse novo contexto, acho de fundamental importância construir atualmente um ensino que seja ligado a vida social dos jovens alunos ,incorporando ao processo de ensino aprendizagem a Tecnologia Educacional. Com relação as crianças , também me posiciono da seguinte forma, isolar , distanciar a criança do contato de jogos eletrônicos, computador e de outras mídias, não seria a solução para que as mesmas não viessem a se corromper com tais tecnologias, se agíssemos assim só estaríamos condenando essas criança e jovens ao mundo da alienação e impedindo-os de chegarem ao mundo do conhecimento que cresce assustadoramente.

Acredito que não é isolando-os que os mesmos se tornarão mais humanos e protegidos dos perigos virtuais, eles devem sim utilizar da melhor maneira possível esses recursos pedagógicos, mas de forma orientada, disciplinadas e com limites impostos pelas instituições- família e escola. Vivemos nos dias atuais ,rodeados de diversas tecnologias e que as mesmas já estão incorporadas ao nosso cotidiano, e muitas das vezes não nos damos conta disso, eu , particularmente, não conseguiria mais viver sem esses recursos e com certeza a maioria das pessoas concordariam comigo .

Lamento muito o que ocorreu com os três jovens que foram manchetes de jornais , esse fato só veio comprovar o que venho observando há muito tempo nas escolas públicas “ Ausência da família na vida de muitas crianças ,adolescentes e jovens.”

Concordo com o texto de vocês (NTE) quando diz que a mídia não ocupa o tempo dos grandes noticiários da imprensa local,com informações educativas de forma tão rápida como fez com esse episódio dos três jovens .Diz a reportagem do jornal O Liberal (domingo 1/11/2009)que “Em menos de um segundo, o buscador aponta mais de 4 mil referências ao vídeo da escola em Belém” o olhar da grande mídia prefere sempre expor as mazelas da escola pública. Infelizmente , os projetos, as grandes ações das Escolas Públicas não dão audiências aos grandes meios de comunicação por isso são colocados pelos mesmos em último plano

Professora Maria Fernandes Rodrigues

( Coordenadora da sala de Informática turno Manhã)


As novas Tecnologias Digitais

As novas tecnologias digitais são responsáveis por uma verdadeira revolução na sociedade brasileira e, por que não dizer, no mundo inteiro. O acesso à tecnologia é cada dia mais fácil, devido a fatores como preço dos equipamentos, facilidade de uso e sua portabilidade (os equipamentos são cada vez menores).

Hoje, é comum que jovens e crianças manipulem aparelhos celulares, ipod, MP4, MP5 e outros correlatos. Tais equipamentos permitem ao usuário fotografar, criar vídeos, gravar conversas, armazenar músicas, dados etc.

De posse dessas tecnologias, crianças e adolescentes - não só eles, mas principalmente eles - estão modificando seu relacionamento com a mídia tradicional. Deixaram de ser meros consumidores ou receptores de imagens e notícias e assumem o perfil de produtores de imagens e de editores de notícias, enfim, são emissores.

Sem dúvida que o cenário descrito acima enseja certo otimismo e aponta caminhos interessantes para o uso consciente e qualitativo das mídias e, em particular, para seu uso no campo da educação.

As escolas podem e devem se apropriar das tecnologias digitais para desenvolverem projetos pedagógicos, filmar e editar seus vídeos, fazer registros fotográficos das atividades, gravar digitalmente os conteúdos mais significativos, etc. Aliás, isto já está acontecendo em muitas escolas.

No Estado do Pará, podemos citar alguns exemplos em que as escolas, alunos e professores estão envolvidos em projetos relacionados às Tecnologias de Informação e Comunicação –TIC, entre os quais destacamos: o I Concurso Estadual de Blogs Educativos, no qual já ocorreram as etapas de Castanhal, Bragança, Santarém, Marabá, e ainda faltam as de Tucuruí e Belém. Após essas etapas regionais, ocorrerá a etapa estadual.

Os blogs das escolas ilustram perfeitamente como deve ser o uso inteligente e criativo das tecnologias digitais. Nos blogs podemos analisar muitos vídeos, fotografias, textos de autoria de alunos e professores; conteúdos relevantes para a formação integral do cidadão. Para conhecer vários desses blogs, basta acessar o blog da CTAE http://ctaeseducpa.wordpress.com/

Outro bom exemplo é o projeto Educarede promovido pela empresa Telefônica. No portal Educarede está em desenvolvimento o projeto Minha Terra: Aprender a Inovar. Nele, as escolas são instigadas a produzirem vídeos, fotografias, textos... sobre sua realidade local e depois postar os conteúdos produzidos na internet no próprio Portal Educarede, nos blogs das escolas e até no YouTube. Em Belém e Ananindeua, temos cerca de 22 escolas participantes da iniciativa do Educarede; essas escolas estão sendo orientadas e acompanhadas pela equipe de professores formadores do Núcleo de Tecnologia Educacional Profº. Washington Luis B. Lopes – NTE Belém. Alguns destes trabalhos já produzidos estão disponíveis no blog do NTE Belém http://ntebelempa.blogspot.com/2009/10/resultados-educarede.html

Outro exemplo é o Projeto Aluno Repórter (http://alunoreporter.com.br/) desenvolvido por professores e alunos de Bragança, coordenado pelo NTE Bragantino (http://ntebragantino.wordpress.com/). Com o projeto os alunos aprendem técnicas da radiodifusão e participam de programas ao vivo na rádio educadora de Bragança.

Ainda temos as oficinas de inclusão digital do Projeto Escola de Portas Abertas, o projeto Aluno Argonauta (http://alunosargonautas.jimdo.com/), Aluno Integrado e os cursos de Formação de Professores dos NTEs etc.

São exemplos de iniciativas com uso das tecnologias, embasadas em propostas pedagógicas sólidas, com objetivos claros a serem atingidos e que promovem o diálogo entre educadores e alunos, ação conjunta de ambas as partes envolvidas em projetos de construção de conhecimentos e experimentação de cidadania.

Entretanto, nenhuma das iniciativas, reveladas até aqui, ocupou o tempo dos grandes noticiários da imprensa local, ao contrário, o olhar da grande mídia prefere sempre expor as mazelas da escola pública. O último grande exemplo foi o episódio protagonizado por três jovens de uma escola pública de Belém. É preciso questionar, por que o uso inteligente e produtivo das tecnologias não é notícia e o uso inadequado ou ingênuo vira um espetáculo midiático?

É preciso que nós educadores, continuemos nos apropriando cada vez mais de conhecimentos para a ampla utilização das ferramentas tecnológicas disponíveis nos dias atuais, criando possibilidades de uso dessas tecnologias que aguce no aluno o interesse pela pesquisa dentro e fora da escola, desenvolvendo no educando, as capacidades de interpretação, síntese e criticidade, uma vez que, a escola é o espaço apropriado para ensinar como as pessoas devem se portar diante das tecnologias que fazem parte de seu cotidiano. Perguntamos: “será que esses estudantes envolvidos sabem, por exemplo, que a pessoa que tiver armazenado o vídeo em seu celular, pendrive ou computador poderá ser preso em flagrante acusado de pedofilia. Veja o que determina o ECA – Estatuto da Criança e Adolescente:

Segundo o ECA quem produz, dirige, fotografa, filma, contracena com crianças ou adolescentes – menores de 18 anos – em cena de nudez ou sexo explicito está sujeito às sanções referentes à pornografia infantil. E ainda, quem publica e armazena o conteúdo pornográfico também é enquadrado na Lei 11.829. A pessoa pode ser presa em flagrante delito se for pega com o celular ou qualquer meio eletrônico em que a imagem esteja armazenada. A pena varia de um a quatro anos de detenção e multa.

Sustentamos a seguinte opinião: não é por causa do recente episódio ocorrido em uma de nossas escolas que se deve proibir o uso do celular ou de qualquer outra tecnologia na escola. Concordamoos com Sérgio Amadeu, pesquisador brasileiro de comunicação mediada por computador e autor dos livros “Exclusão digital” e “A miséria na era da informação”, quando diz que não faz sentido proibir que estudantes tenham acesso a um meio de comunicação na escola que cada vez mais vai adquirir importância na sociedade. Ao contrário “se agente tem problemas do uso inadequado nas escolas, esse é um bom lugar para ensinar como as pessoas devem se portar com o celular”. Amadeu ressalta ainda que nenhuma tecnologia substitui a ética e nem a reflexão consciente do uso dessa tecnologia.

E assim, finalizamos com um apelo a todos os professores e escolas, que juntos pensemos em projetos de aplicação das TIC que apontem não só para encurtar espaços físicos, bem como integrar as pessoas em seu espaço urbano, e refletirmos no que diz Dr.Rogério da Costa em entrevista ao Educarede, realizada em março de 2009, que o importante não é apenas o tipo de projeto realizado, mas o esforço em estabelecer um novo paradigma para as tecnologias da comunicação: elas podem servir para que as pessoas façam um uso inteligente do espaço onde vivem que possam integrar seus hábitos e atitudes num coletivo inteligente, que pensa a favor do lugar em que vive. Quem sabe, um dia possamos ser alvo da mídia em um processo inverso ao que vemos hoje, em que muitas vezes, muitas de nossas escolas são alvos de uma mídia produzida de forma aligeirada, pouco convidativa à reflexão, que mais contribui para diminuir a auto-estima de alunos e professores e que decididamente não nos serve.

Texto: Jamille Galvão

Maria do Carmo Acácio

Marcelo Carvalho

Tânia Sanches